19/02/2013
A On Telecomunicações inicia em março a oferta do serviço de banda larga fixa na tecnologia LTE para uma população estimada em 10 milhões. A empresa, do mega investidor George Soros, comprou a Sunrise (com as 12 concessões vinculadas a ela) e as faixas de frequência no leilão de 4G da Anatel (áreas 12 e 19). Com 20 torres em operação e a cidade de Itatiba completamente coberta, a On Telecomunicações vai basear seu negócio na web, com modem e roteador vendidos online e enviados pelo correio, ou por grandes redes de varejo, com as quais negocia.
O interior de São Paulo é visto por Fares Nassar, CEO, como uma grande vitrine. Ao cobrir cidadãos que vivem na periferia de cidades como Campinas e Valinhos, vai oferecer internet de alta velocidade onde as infraestruturas fixas da Telefônica e da NET não chegam de forma adequada.
Segundo Nassar, a ideia é ampliar a atuação para todo o país com a compra de frequências de MMDS a serem vendidas pelas operadoras e frequências não vendidas no leilão de 4G no ano passado. “Trouxemos o Soros para uma expansão agressiva”, afirmou.
Segundo ele, todas as oportunidades de aquisição de espectro estão sendo observadas: “Onde houver penetração da internet fixa de cerca de 10% e potencial para atingir 20% a 25%, temos interesse”. Mas o grande objetivo é a frequência de MMDS na capital paulista, a ser vendida pela Telefônica, e que deve ser bastante disputada. Nassar evitou comentar o valor a ser pedido pela a frequência, mas sua expectativa é de que a base seja a estabelecida pela Anatel, em estudos à época do leilão de 4G. “Foram muito bem feitos”, diz.
A intenção do grupo é, a partir da plataforma brasileira, expandir as operações para a América do Sul, África e Ásia. “Indonésia e Malásia, por exemplo, são países em acelerado crescimento com uma classe que demanda serviço de qualidade e infraestrutura não correspondente, situação muito semelhante à do Brasil”, compara. A dificuldade, afirma o empresário, é usar a TD-LTE, uma tecnologia desenvolvida basicamente pela China Mobile, com bom custo e cobertura. O 4G em TD-LTE ainda não foi implantado nem pela maior operadora do mundo e requer arquiteturas de rede inovadoras. No Brasil, a Sky também está usando a tecnologia.
Nassar acredita ter um bom modelo: uma combinação de ERBs e pequenas células fornecidas por Huawei e AirSpain para cobrir, por exemplo, grandes condomínios - regiões onde há cerca de 250 usuários potenciais, mas em terrenos de 1 mil m². O backbone é próprio e combina fibra e rádio – parte da estrutura é alugada da Ascenty.
A On expandirá a rede de fibra para o interior de São Paulo, em direção a Nordeste, Noroeste e Vale do Paraíba, até quase o Rio de Janeiro. Para testar a arquitetura de rede, entendida como crítica para a operação, foi criado um centro de excelência tecnológica onde se testa também novos fornecedores de pequenas células.
Com potencial para oferecer alta velocidade de navegação, download e upload, a On Telecomunicações pretende atender um público de alta renda, com ofertas segmentadas por perfil de usuário, uma vez que a tecnologia de TD-LTE permite estabelecer como o espectro será utilizado. “Usaremos isso a nosso favor quando for necessário priorizar downloads”, informa o executivo. O gerenciamento da rede deve ser explorado ao máximo, com identificação de usuário, localização e aplicações. Assim, garantirá a qualidade do serviço no local contratado, apesar do modem 4G ou roteador poder ser levado para outra área de cobertura da operadora. O gerenciamento de redes também servirá para oferecer pacotes mais baratos para a classe C, muitas vezes não interessada nos combo. A meta é alcançar os preços ofertados no modelo do Plano Nacional de Banda Larga e conseguir incentivos fiscais. “Ainda não chegamos lá. Temos [o PNBL] como meta e há soluções disponíveis neste sentido”, diz Nassar.
Apesar de a On Telecomunicações ter entrado no país pela compra da empresa de TV por assinatura Sunrise, a companhia ainda não definiu como oferecer o serviço. Provavelmente fará uma combinação de IPTV com Over The Top (OTT). Uma das possibilidades é buscar parcerias com integradoras de conteúdo brasileiras ou estrangeiras; outra, explica Nassar, é fazer parceria com um operador de IPTV.
Fonte: Marina Pita - TeleSíntese
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