30/09/2014
O leilão da faixa de 700 MHz, realizado nesta terça-feira (30) pela Anatel, sem disputas, durou menos de duas horas – um dos mais rápidos da história da agência – e arrecadou para os cofres públicos quase o mesmo montante de recursos obtidos pela venda da frequência 3G, acima de R$ 5 bilhões. Só que nesse último, o ágio médio ficou em 36,41%, enquanto que o de hoje se resumiu a 0,5%.
O preço mínimo estipulado para o leilão da faixa nobre da 4G foi estabelecido em R$ 8,2 bilhões e o arrecadado ficou 29% a menos. Já no leilão da 3G, o preço inicial era de R$ 2,8 bilhões e o governo obteve quase o dobro, além de emplacar várias metas de cobertura, que não foram estabelecidas para o leilão de hoje.
Para o diretor da área de consultoria da Ernest & Young, Rafael Fanchini, o resultado do leilão já era o esperado, uma vez que o modelo de venda da frequência foi construído num contexto arrecadatório em um momento macroeconômico difícil e ainda contou com a fragilidade de uma grande operadora, a Oi, que acabou não participando. “Não houve perdedores porque não é uma competição, mas o governo arrecadou um volume expressivo de dinheiro e nada garantiria de que pudesse obter mais se deixasse para fazer o leilão em outro momento”, resumiu.
Por outro lado, avalia Fanchini, as operadoras participaram pelo senso de oportunidade, sem arriscar por mais capacidade, na segunda rodada. Ele lembra que a frequência somente estará disponível a partir de 2018 e, diante de uma evolução tecnológica muito acelerada, não é possível saber com tanta antecedência se haverá realmente necessidade de mais banda. Caso isso venha a ocorrer, as teles ainda poderão comprar as sobras do leilão de hoje em uma futura licitação que a Anatel certamente vai fazer. “Já há uma previsão de um superleilão de sobras para acontecer até meados do ano que vem”, disse.
Outros números
Na licitação da faixa de 2,5 GHz, em junho de 2012, o valor arrecadado foi menor do que o preço mínimo estabelecido, de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,8 bilhões, mas a frequência de 450 MHz, incluída no pacote, não teve interessados. Por essa razão, o ágio médio ficou em 31,27 e as vencedoras saíram com a obrigação de oferecer serviços de voz e dados na área rural.
O ágio médio obtido no leilão de hoje, de 0,5% foi parecido com o registrado na venda das sobras de 3G, em dezembro de 2011, que foi de 0,69%. O valor arrecadado também foi menor do que o preço mínimo estabelecido, de R$ 237,4 ante os R$ 592 milhões pedidos pela Anatel. Porém, nessa licitação de 2011, foram vendidos apenas 15 dos 54 lotes previstos. No de hoje, foram arrematados quatro de 10 lotes colocados à venda.
Fonte: Lúcia Berbert - Telesíntese
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